terça-feira, 4 de junho de 2013

O Brasil e Sua Inserção na Globalização



Introdução
O início da Globalização gera discordância quanto ao momento histórico de seu surgimento. Porém a datação mais significativa e aceita é o fim da década de 80, onde o mundo era dividido em dois: o capitalista e o socialista. O que estamos vivendo hoje é a vitória do sistema que ganhou esta guerra: o capitalista, que é um sistema produtivo, ou seja, ele precisa produzir, e precisa vender para obter lucro, para isso ele usa dois outros sistemas auxiliares atualmente: O sistema neoliberal e uma rede de informação mundial que faça seu produto conhecido e comercializado no mundo inteiro. Eis aí a globalização. Tal fenômeno, ainda, gera a agilidade e eficiência das comunicações e da informação, além de ‘’estreitar’’ as distâncias entre cidade e países.
O Brasil, como mostraremos, está totalmente inserido nesse contexto global. Suas raízes estão pautadas na abertura econômica com Juscelino Kubitschek, no grande investimento estrangeiro durante a Ditadura Militar e, mais profundamente, com a implementação da política neoliberal no início da década de 90.
Será ainda levado em consideração questões como: agropecuária, comércio internacional (importação e exportação), a importância geopolítica do Brasil no mundo, devido a grande quantidade de água doce, a importância da Amazônia, a importância do país junto a ONU, a questão energética, a importância do Mercosul, a atração de Multinacionais e seu contexto interno no país, entre outros assuntos.

Processo histórico
            Como dito acima, já no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), o Brasil ‘’engatinhava’’ uma economia minimamente globalizada. JK investiu com convicção na atração de capitais externos para equipar as indústrias locais. Com medidas que privilegiavam esses empréstimos, como a adoção de uma taxa cambial favorável e de facilidades na remessa de lucros para o exterior, o Brasil assistiu a uma invasão veloz do capital estrangeiro em áreas estratégicas.
            Nessa época, foi criado um Plano de Metas, onde o lema do governo era “cinqüenta anos de progresso em cinco”. Esse plano previa um acelerado crescimento econômico a partir da expansão do setor industrial, com investimentos na produção de aço, alumínio, metais não-ferrosos, papel, celulose, borracha, construção naval, maquinaria pesada e equipamento elétrico.
            O Plano de Metas teve pleno êxito, pois no decorrer da gestão governamental a economia brasileira registrou taxas de crescimento da produção industrial (principalmente na área de bens de capital) em torno de 80%. Além disso, a indústria automobilística começou a ganhar significativo destaque.
            Por outro lado um significativo aumento da inflação e da dívida externa foi inevitável. O governo realizava investimentos no setor industrial a partir da emissão monetária e da abertura da economia ao capital estrangeiro, o que gerou uma desnacionalização econômica, já que as empresas estrangeiras (multinacionais) passaram a controlar setores industriais estratégicos da economia nacional. Portanto, se por um lado o Plano de Metas alcançou os resultados esperados, por outro, foi responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente. Nesse contexto, entrou em cena o Fundo Monetário Internacional (FMI), que passou a representar o vilão estrangeiro, com suas ingerências na política econômica brasileira e exigências para o saneamento das finanças.
Outro momento histórico onde o país obteve grande relação exterior foi durante a Ditadura Militar (1964-1985). Um dos objetivos era atrair novos investimentos de capital para o país. Nessa época, o investimento do Estado na indústria pesada, transformaria o Brasil em uma grande potência. A utilização da correção monetária surgiu para reduzir a inflação e minimizar as perdas dos investidores. Com o Banco Nacional de Habitação (BNH), em 1965, a classe média era incluída no sistema de crédito, aumentando a receita federal.
Nesse ritmo, a economia cresceu tão vigorosa que marcou época, ficando conhecida como "Milagre Econômico", ocorrido entre 1968 e 1973. Nessa época a economia crescia numa taxa média de 10% ao ano e, além disso, houve grande modernização dos sistemas de comunicação e realização de obras gigantescas. Porém, a partir de 1973, quando houve a 1º grande crise do petróleo houve algumas grandes conseqüências negativas, como a taxa de lucro dos empresários que crescia enquanto os salários dos trabalhadores eram atingidos, o aumento considerável da dívida externa, a subvalorização cambial e a fuga de capital para os EUA.
Antes da globalização realmente vigorar no Brasil, foi preciso um grande empenho para reduzir a inflação de 223% que o país presenciava. Para isso, criou-se o plano Cruzado, o qual não conseguiu grande sucesso. Após isso, uma das medidas do governo Collor foi a abertura da economia, com diminuição das tarifas de importações. Além disso, iniciou-se, realmente, o processo de privatizações. A partir daí surge o Plano Real e o governo passa a intervir cada vez menos na economia.
Além disso, há uma invasão de bens de consumo e de produção. O número de indústrias cresce e, conseqüentemente cresce o número de investimentos estrangeiros e multinacionais. A economia globalizada, então, está consolidada.

Migrações
O processo de migrações está, hoje em dia, vinculado à Globalização, mas nunca dependeu deste processo para acontecer. O Brasil, particularmente, recebe imigrantes desde 1500 quando ocorreu a colonização. Porém, tornou-se um pólo atrativo de imigrantes apenas a partir de 1850, com a proibição do tráfico negreiro, desenvolvimento das atividades cafeeiras e facilidade ao acesso da terra, principalmente na região sul. Outras épocas de grande atração foram 1930 com o início da industrialização brasileira e durante o governo JK, com grande número de vagas de empregos. 
Durante a década de 80 até meados da década de 90, a emigração superou a imigração, devido a instabilidade política, desemprego e baixos salários. Além disso, houve grande deslocamento populacional no interior do país principalmente com a região Sudeste recebendo grande contingente. A partir de 1994, a entrada e saída de pessoas voltou a equilibrar-se. Hoje em dia, com o ‘’encurtamento’’ das distâncias, tanto com a inovação e barateamento dos transportes como com o surgimento de novas tecnologias de informação e comunicação, as migrações têm se intensificado, principalmente de países periféricos para países centrais. 
            Ao longo dos últimos vinte anos, as migrações internas brasileiras reorganizaram a
população no território nacional, onde as vertentes da industrialização e das fronteiras
agrícolas constituíram os eixos da dinâmica da distribuição espacial da população no
âmbito interestadual. 
            Quando se considera os movimentos migratórios interestaduais, de modo geral,
pode-se verificar, do período 1986-1991 para 1991-1996, uma redução no número de estados ganhadores de população. No âmbito inter-regional alterou-se, de fato, a tendência manifestada ao longo do período 1981-1991, de multiplicação de pólos nacionais de atração de migrantes interestaduais fora do eixo centro-sul do País.
       
Agropecuária
A agropecuária é um setor importante na Economia Brasileira e representa um setor significativo nas exportações nacionais. Ao longo da década de 1990, um salto qualitativo na produção de bens agrícolas permitiu que o Brasil alcançasse a liderança mundial em diversos insumos, com reformas comandadas pelo governo federal. E, a partir de 2002, a estabilidade da economia brasileira tornou o país mais confiável do ponto de vista internacional. Assim, o agronegócio representa uma parte grande do PIB do país.
A tabela “Confronto dos resultados dos dados estruturais dos Censos Agropecuários - Brasil - 1970/2006” em anexo apresenta dados que permitem observar que a agropecuária brasileira cresceu significativamente na maioria de seus setores, sendo isso reflexo dos investimentos que foram feitos neste segmento da economia.
Nas últimas décadas, o Brasil tem investido em pesquisas na área da produção agropecuária em busca de produtos de melhor qualidade e maiores possibilidades de produção. Um exemplo é que cientistas brasileiros seqüenciaram cerca de 55 mil genes únicos de frutas cítricas, sendo 32 mil só de espécies de laranjas, criando o maior banco de dados científicos no setor no mundo, mas este é apenas um exemplo. Em parceria com diversos países, o Brasil tem se desenvolvido bastante nessa área.

Na reportagem em anexo (“Crise de alimentos fará do Brasil 'celeiro do mundo', avaliam especialistas”) é possível perceber a importância da agropecuária brasileira no âmbito mundial, mesmo ainda existam problemas a serem superados.

Entre os principais produtos agrícolas brasileiros estão: algodão, amendoim, arroz, aveia, batata inglesa, cacau, café, cana-de-açúcar, cebola, cevada, feijão, laranja, mamona, mandioca, milho, soja, sorgo e trigo.

E entres os pecuários estão: abate de animais (bovino, suíno, eqüino, ovino, caprino, bufalino, de aves e de coelhos), leite, couro e ovos de galinha.

O crescimento mundial do consumo de alimentos, puxado pelo bom desempenho das economias dos países em desenvolvimento, o uso de produtos agrícolas para produção de combustível, a elevação dos preços internacionais das commodities e a crescente inserção dos produtos agropecuários brasileiros no exterior contribuíram para o aumento das exportações. Segundo estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC), em 2007, o volume exportado dos principais produtos da agroindústria apresentou as seguintes variações: carnes de bovinos congeladas (4,9%), pedaços e miudezas de aves (12,6%), carne de galos e galinhas não cortados em pedaços (23,0%), carnes de suínos congeladas (22,2%), álcool (11,4%), açúcar de cana (-2,8%), celulose (5,3%) e suco de laranja congelado (0,4%). No complexo soja, a exportação de grãos recuou 4,9%, enquanto bagaços e outros resíduos da extração do óleo de soja (1,1%) e óleo de soja em bruto (1,5%) cresceram. Vale acrescentar que as receitas com as exportações destes derivados da soja aumentaram, respectivamente, 18,4%, 22,2% e 47,4%.
Desta forma, o bom desempenho da agroindústria em 2007 (5,0%) pode ser explicado pelo crescimento da produção agrícola, pelo maior consumo do mercado interno (devido à expansão da renda), e pela conjuntura externa favorável para o setor, com crescimento do volume exportado e os preços. Estes fatores contribuíram para o aumento da renda do setor, o que estimulou o acréscimo na produção de insumos, adubos e fertilizantes (4,8%) e rações (7,2%), e de equipamentos agrícolas (49,3%). O ano de 2007 foi marcado pela recuperação de alguns setores da agroindústria, sendo o principal deles o de máquinas e equipamentos, que passou de queda de 16,7% em 2006 para crescimento de 49,3% neste último ano.
   
Comércio exterior
O Brasil será o quinto destino favorito para investimentos nos próximos três anos. A avaliação faz parte de uma pesquisa mundial conduzida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que questionou as principais empresas multinacionais sobre os mercados preferidos para novos investimentos até 2009.
            A lista mostra que o grupo de países chamado de Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) está entre os cinco primeiros favoritos para investimentos de grandes companhias multinacionais.
            No caso do Brasil, 22% dos entrevistados disseram que teriam planos ou algum tipo de intenção de aplicação de recursos no País. O Brasil superou países tradicionais em recepção de investimentos como o Reino Unido, a França, a Alemanha e o Japão, integrantes do G-7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo). O principal motivo de atração para o Brasil é o potencial de crescimento do mercado interno, com mão-de-obra qualificada.
            “O país está cada vez se abrindo mais para o exterior, exportando mais, conseguindo mais mercados e também importado mais, expondo sua indústria a uma concorrência saudável com os produtos importados”, afirmou o secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat.
            Nas exportações houve expansão de 18,3%, na comparação com janeiro do ano passado. A maior alta foi para o grupo Semimanufaturados, com crescimento de 36,3% em relação a janeiro de 2006. Nesse grupo, cresceram principalmente as vendas de açúcar em bruto, com alta de 135,9%; couros e peles, que cresceram 57,1% e ferro-ligas, com alta de 49%.
            Entre os Manufaturados, cujas vendas registraram 15,2% de crescimento, expandiu-se especialmente o álcool etílico, em 177,2%. Outro recorde é o número referente às exportações no período acumulado entre fevereiro de 2006 e janeiro de 2007, que alcançou US$ 139,162 bilhões.
            A categoria de produtos básicos cresceu 16,5%, com destaque para o milho em grão, que vendeu 518,2%. As importações aumentaram 31,3% na comparação com janeiro de 2006. Cresceram, principalmente, as compras de combustíveis e lubrificantes, em 45,4%; bens de consumo, em 35,3%; bens de capital, em 31,4% e matérias primas e intermediários, em 26,2%.


Recursos energéticos
            Na atual conjectura mundial, onde as questões sobre aquecimento global, desenvolvimento sustentável, impactos ambientais e escassez de recursos naturais estão cada vez mais enfatizadas, o Brasil se destaca no âmbito mundial e se torna, geopoliticamente e economicamente, um dos países mais importantes do século XXI.

Etanol
O Brasil é um dos países em boas condições de enfrentar um dos grandes temores do século: a falta de energia. Além de recursos naturais que nos permitem ter hidrelétricas, o país tem grande vantagem competitiva no que diz respeito a agroenergia. Estudos indicam que a demanda por combustíveis tende a aumentar consideravelmente nos próximos anos, e o país, que detêm a tecnologia de produção do etanol e do biodiesel, não ficará dependente do petróleo, um recurso natural não renovável.  Nos últimos anos, os aumentos gradativos do preço do petróleo, que é a principal fonte de energia no mundo, e os impactos ambientais que resultam de sua queima, tem levado o mundo a buscar alternativas. O álcool desponta como a principal promessa, pois os custos para a produção e os impactos ambientais são bem menores.
No ano passado, o mercado brasileiro de etanol movimentou 6 bilhões de dólares (Fonte : Única e Energy Information Administration). Em 2010, estima-se 15 bilhões.
Até mesmo as petroleiras, em princípio contrárias ao sucesso do etanol, já perceberam que não dá para ignorá-lo. No início de junho de 2006, a Shell passou a exportar álcool brasileiro para os Estados Unidos, o maior mercado mundial e que divide com o Brasil a condição de líder no ranking mundial de produção de álcool.  
O mercado de trabalho no Brasil deve sentir os efeitos do crescimento do setor do álcool. As oportunidades de empregos diretos e indiretos serão consideráveis. Atualmente, o país destina 62 milhões de hectares à produção agrícola, dos quais 5% são usados no cultivo de cana-de-açúcar para gerar combustível (FONTE: DATAGRO). A produção de etanol pode ser multiplicada porque existem áreas degradadas que não são propícias para o cultivo de alimentos, mas servem para o cultivo de cana. Existem hoje no país 380 usinas de cana-de-açúcar e, como a demanda por biocombustíveis deve aumentar, estima-se o surgimento de mais 120, além de 30 destinadas ao biodiesel. Por isso, o mercado de trabalho no setor irá crescer. Engenheiros agrônomos responsáveis pela recuperação das pastagens degradadas e pela produção de forma sustentável serão mais requisitados, assim como os engenheiros de logísticas responsáveis pelo escoamento e transporte do produto. E muitas outras profissões, como gestor ambiental, geógrafos, engenheiros químicos, técnicos agrícolas, enfim.
 O Brasil está produzindo etanol em larga escala graças a uma perfeita combinação de clima, extensão territorial e reservas de água. A produtividade é a maior do mundo. De cada hectare de cana plantada no país, produzem-se 6 800 litros de álcool. Nos Estados Unidos, hoje o maior produtor mundial de etanol, o álcool é feito de milho, e cada hectare da cultura gera 3 200 litros de álcool -- abaixo da metade do rendimento brasileiro (FONTE: DATAGRO). No Brasil, as máquinas que fabricam o álcool são movidas à energia elétrica produzida pela queima do bagaço de cana, o que reduz os custos. Nos Estados Unidos, o processo depende da energia gerada do carvão, do óleo combustível ou do gás natural, o que encarece o produto final.
A supremacia brasileira no mercado de álcool, no entanto, não deve ser encarada como definitiva. O país tem debilidades que tendem a agravar-se com o tempo. A mais evidente é a falta de investimentos em ciência e tecnologia.
Contudo, o Brasil pode representar um papel de líder mundial na questão dos biocombustíveis, uma vez que dispõe de recursos, da tecnologia e de uma infra-estrutura, que embora ainda carente, tem tudo para se desenvolver, contribuindo assim, para a melhor situação econômica do país. Ressalta-se ainda que desenvolver-se de forma sustentável, sempre levando em consideração os impactos no meio ambiente, é o melhor caminho para o progresso.

    Energia Nuclear
   Outra questão que alavanca o Brasil a uma posição de destaque no mundo globalizado, diz respeito à energia nuclear. Atualmente o país é o sexto colocado no ranking mundial de reservas de urânio e nos últimos 30 anos aprendeu a dominar seu ciclo. Em julho de 2007, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a retomada das obras do complexo nuclear de Angra III, colocando o Brasil no caminho para obter auto-suficiência nuclear.
Um dos objetivos do país no enriquecimento de urânio é poder contar com uma fonte alternativa de energia, tendo como preocupação a iminência de um “apagão” nos próximos anos.  Hoje, mais de 80% da energia produzida no Brasil é de origem hídrica, 4,5% vêm do gás natural, 2% de carvão e 2% ,somente, provenientes de energia nuclear (FONTE: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA).
Dentre as vantagens pelo uso da energia nuclear, pode-se apontar que, quando utilizada para produção de energia elétrica é uma forma de energia que não emite nenhum gás de efeito estufa (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e outros), é uma fonte de energia de menor custo e que não contribui para o aquecimento global.  Além disso, na atual situação do planeta, onde a escassez de recursos aumenta gradativamente, é importante contar com mais de uma fonte de energia. Ressalta-se ainda que atualmente o Brasil está encarando problemas com as outras fontes energéticas, como por exemplo, o aumento nos custos de geração de energia hidrelétrica devido às exigências de licenciamento ambiental impostas pelo IBAMA .É importante lembrar também que o novo presidente eleito do Paraguai está disposto a rever o contrato da Usina de Itaipu.O país vizinho do Brasil reivindica uma participação financeira maior referente a produção de energia elétrica.O paraguaio alega que somente 5% da energia produzida pela usina é consumida em seu país, e o restante é comercializada no Brasil, logo é preciso reavaliar a situação da hidrelétrica. Embora a usina tenha sido patrocinada integralmente pelo governo brasileiro, gastando-se bilhões de dólares, o Brasil tem de se submeter a uma divisão da receita da usina devida exclusivamente à localização geográfica da usina, que abrange terras paraguaias. Outro assunto importante é a relação Brasil-Bolívia, onde o presidente Evo Morales reduziu a exportação de gás natural para o Brasil, havendo desta forma, a necessidade de diversificar a matriz energética do país.
O projeto de Angra III deve ficar pronto em 2013 e o Brasil deverá ser um dos quatro países auto-suficientes no ciclo nuclear, desde a extração, passando pelo refinamento e chegando à construção de usinas. Atualmente só EUA, China e Rússia possuem reservas e tecnologia nuclear.

Petróleo
O petróleo constitui a principal fonte de energia na atualidade. O fato de o petróleo ser um recurso esgotável aliado ao seu importante valor fizeram com que o combustível se tornasse um elemento causador de grandes mudanças geopolíticas e socioeconômicas em todo o mundo.
No Brasil, a Petrobras é a empresa responsável pelo petróleo nopaiís. Em 2003, coincidindo com a comemoração dos seus 50 anos, a Petrobras dobrou a sua produção diária de óleo e gás natural ultrapassando a marca de 2 milhões de barris, no Brasil e no exterior.
No dia 21 de abril de 2006, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início à produção da plataforma P-50, no Campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, o que permitiu ao Brasil atingir auto-suficiência em petróleo.
Atualmente, a Companhia está presente em 27 países. Em 2007, a Petrobras foi classificada como a 7ª maior empresa de petróleo do mundo com ações negociadas em bolsas de valores, de acordo com a Petroleum Intelligence Weekly (PIW), publicação que divulga anualmente o ranking das 50 maiores e mais importantes empresas de petróleo.
No início de 2008, a Petrobras foi reconhecida através de pesquisa da Management & Excellence (M&E) a petroleira mais sustentável do mundo. Em primeiro lugar no ranking, com a pontuação de 92,25%, a Companhia é considerada referência mundial em ética e sustentabilidade, considerando 387 indicadores internacionais, entre eles queda em emissão de poluentes e em vazamentos de óleo, menor consumo de energia e sistema transparente de atendimento a fornecedores.

Amazônia
   No atual contexto da globalização, não se pode deixar de ressaltar a importância da Amazônia para o Brasil. A região contém um quinto da disponibilidade mundial de água doce, dispõe de grandes reservas de recursos naturais, além de contar com a maior biodiversidade do planeta.
   Para efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada "Amazônia Legal" definida a partir da criação da SUDAM, em 1966 e ocupa 61% do território brasileiro, onde se estende por nove estados – equivalente à metade do continente europeu.  
   Segundo avaliações da Organização das Nações Unidas, o século XXI será marcado por graves conflitos entre as nações, oriundos de uma única causa: a  escassez de água potável. É uma das causas que tornam a Amazônia ainda mais estratégica para o Brasil. “Enquanto espaço geográfico , territorial, a valorização estratégica da Amazônia decorre do novo significado por ela adquirido, o de um duplo patrimônio: o de terras propriamente dito, e o de um imenso capital natural”(Bertha K.Becker/ Amazônia-geopolítica na virada do milênio).
    Avançam na comunidade mundial, propostas para a internacionalização do grande patrimônio amazônico. Foi publicado no jornal americano The New York Times, no último dia 18, uma matéria com o título: “De quem é a Amazônia afinal?” , realçando, no contexto mundial, a  ameaça da soberania brasileira sobre a Amazônia. Já o jornal inglês The Independent publicou três dias antes da matéria do The New York Times uma matéria sobre a demissão da ministra do meio ambiente Marina Silva, e acrescentou a seguinte calúnia: “Uma coisa está clara.Essa parte do Brasil é muito importante para ser deixada com os brasileiros”. A cobiça pelo nosso tesouro está cada vez mais evidenciado no exterior e o nosso governo precisa tomar medidas.
   As políticas de preservação da floresta amazônica são caóticas. O crescimento da indústria ilegal madereira cresce absurdamente e está destruindo rapidamente a fauna e a flora da região. Atualmente , 80% da extração de madeira provenientes da Amazônia é ilegal, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Além disso, pecuaristas compram terrenos na Amazônia, utilizando –os para pastagem até se tornarem inférteis para a atividade, e abandonam a região, tornando assim uma região com pouca produtividade. O governo brasileiro tem que ser mais firme no controle da região, para não ser questionado internacionalmente. Deve se fazer presente na região.
   A livre circulação de pessoas, mercadorias e informações entre os países, decorrentes do avanço da globalização resultam em outra questão que deve ser revisada pelo governo brasileiro: a presença de inúmeras ONGs na Amazônia. Sabe-se que existem cerca de 100 mil ONGs operando na Amazônia. O que nos remete à seguinte pergunta: Qual o verdadeiro interesse dessas inúmeras organizações na região?
    Sem dúvida,  existem ONGs que lutam verdareiramente em defesa da ecologia e dos direitos humanos. Entretanto, existem outras cujos objetivos são incertos. E na atual situação da natureza , essa presença estrangeira na região nos faz acreditar na busca e exploração das riquezas da região por parte dessas organizações. O governo deve impedir essa invasão globalizada. A região também é alvo da biopirataria, onde labaoratórios do mundo inteiro buscam patentes para seus medicamentos.Ainda  nesse contexto, deve-se ressaltar que muitas ONGs defendem com unhas e dentes a política indígena de demarcação de terras. Seria uma jogada estratégica, uma vez que se o Estado brasileiro não tiver domínio político em grandes áreas da região, áreas essas de riqueza desconhecidas, ficaria fácil para as organizações se articularem . É de suma importância o governo rever suas políticas em relação às ONGs, pois podem representar um risco à soberania brasileira amazônica.
     Contudo, muito antes de enfrentar invasores externos, o Brasil tem que rever a sua política sobre a Amazônia. Deve-se pensar no desenvolvimento sustentável da região.

Água
Além de possuir o rio mais volumoso do mundo, o Amazonas, o Brasil está assentado sobre a maior reserva subterrânea de água doce do mundo, o Aqüífero Guarani. Acredita-se que o volume de sua água seria capaz de abastecer o dobro da população brasileira atual, cerca de 360 milhões de pessoas.  De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Ambiental e Agropecuária (Embrapa), a água ali contida é de excelente qualidade e suficiente para abastecer a atual população brasileira por 2.500 anos.  
    Com a escassez da água potável do planeta, empresas transnacionais já estão se articulando e ocupando a região do aqüífero pela importância estratégica da água na atualidade, e os frutos que ela pode render economicamente em médio prazo. A interferência da iniciativa privada é um risco para a sustentabilidade da reserva. Por isso se faz necessário políticas públicas com a finalidade de proteger esse recurso, para não ser exportado ou cobrado antes que a população do país seja completamente abastecida. Algumas multinacionais, no entanto, já exploram e comercializam água mineral proveniente do manancial sem qualquer intervenção do governo brasileiro.
    Outra questão que deve ser ressaltada quanto à questão geopolítica e que ameaça, de certa forma, a soberania do Brasil perante seus recursos naturais, é a presença de uma base americana na tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai) que oferece fotos de satélite do Aqüífero atualizadas a cada minuto. Oficialmente, a razão dada pelos Estados Unidos para a presença de seu exército na região é o treinamento de tropas paraguaias e exercícios conjuntos entre as tropas dos dois países, além de monitorar a população de etnia árabe que reside na região, entretanto já se sabe o potencial brasileiro no que diz respeito aos recursos naturais e as vantagens que esses recursos podem oferecer no âmbito econômico, político e social de quem os detêm. O interesse internacional nas nossas riquezas é uma realidade e providências devem ser tomadas. 
     É importante que se faça um levantamento para se saber com exatidão quanto da água do Aqüífero Guarani pode ser explorada, e de que forma. O uso indevido do Aqüífero, sem regras ou regulação, pode mudar seu status atual de uma reserva estratégica de água potável para um foco de degradação generalizada e conflitos entre países.
     A água está se tornando um instrumento de mercantilização. A Organização Mundial do Comércio facilita as ações de empresas através de leis e tratados comerciais e ,de certa forma, colaboram com a mercantilização da água, onde as empresas possui total liberdade para explorá-la e comercializá-la. Alguns gigantes do capitalismo e que atuam na área de envasamento, distribuição e venda de águas, como Nestlé, Danone, Coca-Cola e Pepsi-Cola concorrem no desenvolvimento e comercialização com as empresas de tratamento de água, em nome de uma água mais saudável e apropriada para o consumo humano. A questão da lucratividade sobre a água, bem como a forma como os grandes grupos capitalistas agindo em conformidade com o Código das águas, que trata água como mercadoria, já desencadeou uma verdadeira “corrida pelo ouro”.
     É necessário discutir a natureza do processo de globalização e as contradições que ele gera no campo ambiental. Quando o meio ambiente é tratado como mercadoria, é visível a degradação da natureza e dos seus recursos.

Postado por:Gabriel Santos

3 comentários:

  1. Ao longo dos últimos vinte anos, as migrações internas brasileiras reorganizaram a
    população no território nacional, onde as vertentes da industrialização e das fronteiras
    agrícolas constituíram os eixos da dinâmica da distribuição espacial da população no
    âmbito interestadual.

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  2. As políticas de preservação da floresta amazônica são caóticas. O crescimento da indústria ilegal madereira cresce absurdamente e está destruindo rapidamente a fauna e a flora da região. Atualmente , 80% da extração de madeira provenientes da Amazônia é ilegal, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

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  3. O Brasil será o quinto destino favorito para investimentos nos próximos três anos. A avaliação faz parte de uma pesquisa mundial conduzida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que questionou as principais empresas multinacionais sobre os mercados preferidos para novos investimentos até 2009.

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